sexta-feira, 8 de maio de 2020

Contra todo tipo de agressão as mulheres.






Em 2014 Nana lançou uma campanha de conscientização sobre a mulher. Aderi ao trabalho dela e busquei em conjunto com meus alunos abordar essa questão. 
Fui duramente questionada por alguns pais de alunos. 
A ignorância humana é tamanha ao ponto de questionarem e dizerem que se fui estuprada eles não tinham nada haver com isso. 
Deixo bem claro a todos que nunca passei por tamanha humilhação. E como uma cidadã consciente dos meus DEVERES e DIREITOS, não preciso passar por algo para estar solidária as pessoas.
Sou mulher dona do meu nariz e fui criada por homens, avô, tios e principalmente por um Pai responsável e que tratam as mulheres com o devido respeito que merecem.
Não consigo nem imaginar o que é passar por uma humilhação desta. 
Sou uma professora e pesquisadora das questões sociais de nosso país. E infelizmente somos uma sociedade que nasceu do Estupro. Isso mesmo, essa nação brasileira foi construída e tornou-se mestiça com o estupro de mulheres Indígenas, Africanas que foram escravizadas. Não se engane, a miscigenação não foi feita na sua maioria por amor, a maioria foi de agressão e tortura de mulheres. 
É triste pensar nestas coisas e imaginar que ainda hoje em pleno século 21, o número de mulheres agredidas aumenta em nossa nação. 
Não sou eu quem diz e sim os dados estatísticos do governo brasileiro. E o mais triste de tudo isso é que o agressor em quase 60% dos casos está entre amigos, colegas de trabalho e parentes, isso mesmo, está entre os que deveriam proteger e respeitar as mulheres. 
Quando falamos em estupro parece coisas de jornais, novelas, coisas de cidade grande, porém está mais próximo de nós do que podemos imaginar. No interior infelizmente é mais comum do que pensamos. E nos calamos sobre os fatos, parecemos aceitar essa tortura. 
Sou contra toda agressão ao ser humano, que fique bem claro. 
Devemos conscientizar meninas e meninos sobre o respeito um pelo outro. 
Não sou mãe, mas sou tia, madrinha, prima, sobrinha, filha, irmã e amiga de mulheres. E não desejo que nenhuma passe por essa situação. 
Infelizmente as agressões ocorrem todos os dias, o número é assustador de várias mulheres estupradas, agredidas psicologicamente e fisicamente, mortas por pessoas próximas. 
Pude acompanhar mulheres próximas a mim esse ano sendo agredidas por homens nos quais elas confiavam. 
Devemos lutar sempre pela dignidade humana, pelo respeito entre nós. 
Para isso é necessário educar nossas crianças em um ambiente de consciência entre as pessoas. Abandonar velhas práticas na criação das nossas crianças. É um absurdo ouvir que os homens tudo podem e nós devemos ser sempre as mantidas em estado de reserva pelo simples fato de sermos mulheres. 
Sou mulher e gosto de ser tratada como uma cidadã com todos os direitos e deveres garantidos na Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo número 5, deixa bem claro que todos nós somos iguais perante a lei. Lembremos que essa Carta, segue padrões internacionais de Direitos Humanos, vinculados a ONU.  Somos iguais perante a lei e diferentes biologicamente. Aí está o charme de toda obra do universo, da natureza ou divina, como você desejar.

Galera vamos lutar pela dignidade de nós mulheres. E a melhor maneira é ensinar nossas crianças o respeito sempre.
Quando uma mulher é estuprada, agredida ou morta, todas nós somos de uma certa maneira desrespeitada também.
Toda minha solidariedade às mulheres, não apenas por eu ser mulher, mas por eu ser uma pessoa consciente e respeitar mesmo os que eu não gosto. 
A lei garante a todos  direitos e também minha religião. Não sou melhor do que ninguém, apenas aprendi na minha criação familiar o respeito a todos.

Gostaria que vocês divulguem e conversem com as pessoas próximas. Não podemos continuar agindo como animais. Somos seres humanos. Abrace essa causa.

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